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PROTESTO
Moradores sofrem com o desabastecimento de água

Data da notícia: 2015-01-10 11:25:22
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Por Josias Brito
Em Ji-Paraná, os moradores seguem sem água em alguns bairros. Alguns já estão há uma semana sem uma gota nas torneiras. Cansados de esperar por providências do poder público, eles organizam um protesto para o dia 17 de janeiro no município. A iniciativa começou através das constantes reclamações feitas por meio das redes sociais, onde foi criado pelo estudante de Pedagogia do Ceulji/Ulbra, Deibson Paixão, o Manifesto do Movimento dos Sem Água de Ji-Paraná. A página no Facebook tem tido grande acesso e servido de desabafo para a população ji-paranaense.
O movimento social afirma que vai intensificar o número de atos contra a crise da água no município. A intenção é pressionar a gestão da Caerd ? Companhia de Água e Esgoto do Estado de Rondônia, a resolver definitivamente a falta de água na cidade. Para isso, está programado para o próximo dia 17, um manifesto de ordem pacífica, saindo da Praça do Jotão, com chegada até a Câmara de Vereadores, no intuito de sensibilizar as autoridades do município e a companhia para melhorar a distribuição de água no município. ?Convido a todos para essa caminhada e manifestação. Não esquecendo de trazer o caneco. A união faz a força. Venham todos?, destaca Deibson na página do manifesto.

Manifesto
O manifesto popular visa protestar contra as constantes faltas de fornecimento de água no município. A falta de água, tem causado transtornos e prejuízos a comerciantes e prejudicando, de forma direta, a população. Muitos são os casos em que moradores estão sem água há quase 15 dias. Maria do Socorro Batista, moradora do Bairro São Pedro tem a esperança que o fornecimento de água passe a se normalizar em sua casa. Ela ressalta que no último mês passou alguns dias sem receber água em sua residência, sendo que em alguns momentos chegava apenas durante a madrugada e indo embora minutos depois. ?Pago os recibos em dias e não tenho água como gostaria. Espero que um dia, este pesadelo passe e o fornecimento se normalize. Não tem condições de ficar sem água quando se tem uma família grande e principalmente criança em casa. Já não suportamos mais e, como muitos outros moradores, também iremos participar do manifesto, nos próximo dias, pois sem a união da população, este problema irá se arrastar por mais anos?, desabafou.
"Comi apenas pão. Estou usando um restinho de água que tenho na geladeira para tomar meus medicamentos. Quando acabar, não sei o que vou fazer hoje", diz a aposentada Suely de Almeida, moradora do Bairro JK, que ficou ainda sem ter como fazer o jantar, por conta da falta de água desta semana.

População investem para ter água em suas casas

Assim como dona Suely, centenas de moradores do segundo distrito continuam sem água. Ela e sua vizinha, Maria de Lurdes Pereira, estão sem água há quase 30 dias, já que o fornecimento sempre é interrompido e, quando a água vem, só chega até a torneira que fica próximo ao relógio.
A graduada em Direito Nathalia Paio de Albuquerque, lembrou que é natural o problema da falta de água no 2º Distrito de Ji-Paraná. Ela reside na região há três anos e, desde sua mudança para o bairro Nova Brasília, na Rua Governador Jorge Teixeira (K-5), sempre teve a falta de água, não como esta agravada neste momento. No início de dezembro de 2014, veio a falta de água, se tornando um fato grave, a partir desta data, não sendo uma falta de água somente encanada. No dia 30 de novembro para 1 de dezembro, ressaltou a moradora, ocorreu não só a falta de água encanada dentro da sua residência, mas a água não subia, não tinha pressão para abastecer a caixa de água. ?Chegava somente um pouco de água no cavalete, nós enchíamos baldes na torneira próximo ao cavalete e tentávamos conviver com isso. Como a falta de água é sempre natural na região onde eu moro, ficava dois ou três dias sem água e acabava voltando?, ressaltou.
Nathalia disse que é natural encontrar vazamentos de água nas ruas e avenidas do município, mas devido ao agravamento da falta de água em sua residência, entrou em contato com a Companhia de Água em Ji-Paraná, com intuito de obter informações concretas sobre o problema, sendo informada que a companhia já estava tomando providência para o restabelecimento do fornecimento de água no bairro no mesmo dia. ?Em todos os meus contatos, sempre o atendente dizia que a água chegaria no mesmo dia, mas nunca acontecia o previsto pelo funcionário da companhia. Não tínhamos água encanada, sempre água da torneirinha. Desde de dezembro já nem tínhamos mais água nem na torneiro da rua. Teve dias que tive muita dificuldade. A sorte é que tenho parentes pois tive que dormir, tomar banho e lavar roupa fora de casa porque a água, por ser essencial para a população, eles ?Card?, não estão dando a mínima atenção?, frisou.
Compra

A graduada em Direito lembra ainda que para evitar problemas com a família, decidiu investir para amenizar, pelo menos um pouco, a falta de água em sua residência. ?Eu fiquei o mês de dezembro todo enchendo baldes, tanques e bacias, com a misera água que vinha na torneira e não tinha água encanada para lavar banheiro, tomar banho e outros serviços?, disse.
Segundo ela, tiveram que comprar uma bomba de poço e caixa de água para colocar no chão, para quando chegasse esse água na torneira, abastecer a caixa no chão, que é jogada a água na caixa de cima, para poder ter água. ?Eu não falo de um problema de um dia, três dias sem água, estou falando que a Caerd não está nem aí para o interesse coletivo. A empresa não presta nenhum serviço para a gente que continua pagando a água que não vem. Pagamos pela prestação de serviço e não temos e se deixarmos de pagar a conta de água, eles vem e cortam a água que não temos?, concluiu.


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